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O dom das línguas

Posted on 27 novembre 20207 décembre 2020
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É preciso ter dom pra falar bem um idioma?

Alguns povos são reputados por “ter o dom” para idiomas: Os russos e os povos árabes, por exemplo.

O julgamento sobre a capacidade de aprender é mais um no vasto catálogo de estereótipos nacionais ou raciais.

  • Os franceses são geralmente considerados – por eles mesmo – como “com pouco dom” para falar outra língua que o francês.
  • A maioria dos negros africanos são vistos como preguiçosos.
  • Já os americanos são julgados egocentristas.
  • Nós brasileiros somos esforçados etc.

Falar outro idioma no Brasil

Os brasileiros não vivem a relação com línguas estrangeiras da mesma maneira em todas as regiões.

Em Minas gerais, por exemplo, o turismo internacional tem menor impacto social do que no Ceará.

Em Fortaleza, capital do Ceará, falar outro idioma além da língua materna abre um leque de possibilidades de interação com o estrangeiro que vem à passeio ou à trabalho.

Preconceito linguístico

Seguindo essa linha de pensamento é fácil cair na armadilha de achar que alguns traços psíquicos ou físicos de alguns povos são imutáveis.

Hoje em dia, com a ajuda de cientificos e da opinião pública esses pré-conceitos são facilmente desconstruidos .

Os pré-julgamentos eurocentristas nunca atribuem o multilinguismo à uma situação social característica dos povos africanos, por exemplo.

No Congo, o idioma oficial é o francês, mas a população local lida com o kikongo, o lingala e o swahili em esferas sociais distintas no dia-a-dia. Existe a língua usada em casa, a língua da rua, a língua da escola etc.

Dom = genética + contexto sociocultural

O dom pras línguas, como toda capacidade intelectual, é o resultado da interação entre um patrimônio genético complexo e o contexto social.

Ele se manifesta quando o indivíduo é encorajado pela sua bolha social:

  • fazer cursos de línguas estrangeiras;
  • viagens turísticas ou de intercâmbio;
  • assistir filmes e ouvir músicas internacionais;

Ou quando ele é favorizado por circunstancias socioculturais.

  • morar em um país estrangeiro;
  • ter pais e parentes bilingues ou poliglotas;
  • viver em um país multicultural, como a Suiça, por exemplo, onde se misturam à cutura nativa as culturas: italiana, alemã e francesa;
  • habitar em cidades cosmopolitas como Nova Iorque e Bruxelas etc;

Bilinguismo

É por isso que ao invés de falarmos de dom, deveríamos falar sobre êxito na aprendizagem. O bilinguismo precoce é um fator essencial. Já sabemos que quanto mais línguas falamos mais facilidade temos pra aprender novos idiomas e culturas.

Alguns estudos comprovam que a educação bilíngue aumenta a flexibilidade cerebral favorecendo o desenvolvimento das habilidades motoras, emocionais e cognitivas.

O bilinguismo melhora a concentração, memória e o raciocínio. 

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Foto : Metsik Garden – Pixabay

Como se tornar um poliglota?

No vídeo abaixo você vai aprofundar seus conhecimentos sobre as técnicas usadas por poliglotas pra facilitar a aprendizagem de qualquer idioma estrangeiro.

Como poliglotas se tornam poliglotas?

  1. se divertem aprendendo;
  2. estudam por conta própria;
  3. aprendem com conteúdo em contexto;
  4. assimilam pequenos pacotes de informação de cada vez (30 minutos por dia, por exemplo)
  5. usam Sistemas de Repetição Espaçada (SRS) para revisar o que aprenderam: os aplicativos ANKI, MEMRISE, DuoLinguo e LINGQ podem de ajudar nesse processo;
  6. não têm medo de errar;
    https://www.youtube.com/watch?v=kM1c942AelM&ab_channel=ApureGuria%21

Viver o multilinguismo

Minha filha nasceu na Bélgica,um país multilingue. A capital, Bruxelas, também é capital da União Européia (EU) e recebe imigrantes e expatriados do mundo inteiro.

Desde a gravidez eu converso com Eva em português. Ou seja, ela é bilingue e se comunica tão bem em francês quanto em português. Além disso, ela vive essa diversidade cultural na pele. Na escola ela tem amigos da Espanha, da Suécia, do Congo, da Alemanha, da China etc.

Diversidade que traz curiosodade

Um dia desses, eu estava no carro cantando em espanhol e ela me disse: “Mamãe, eu quero aprender a falar enrolando a língua como meu amigo Manuel”. Eu ensinei como dizer o nome dela, a idade e a nacionalidade em espanhol. Depois começamos a ouvir músicas de artistas hispanofones. Hoje não consigo passar um dia sem ouví-la cantando “Un, dos, tres…un pasito pa’lante María. Un, dos, tres…un pasito pa’atrás” do Ricky Martin.

Quando me lembro que aprender inglês é uma evidência e que, morando na Bélgica, aprender neerlandês é uma obrigação social, chego à conclusão de que tenho uma poliglotinha em construção em casa.

Eu nem sempre sonhei em ter filho poliglota, mas agora que tenho acho o máximo. Não pelo status social, mas pra dar a liberdade e abrir as portas do mundo pra minha filha como um dia sonhei pra mim.

A fonética e musicalidade

Apesar de existir um Alfabeto Fonético Internacional, as diversas línguas faladas em torno do mundo usam frequências acústicas diferentes umas das outras. Ou seja, podem possuir sons (fonemas) e ritmo (musicalidade) distintos.

Além do condicionamento articulatório que se adquire entre dois e quatro anos, existe um condicionamento auditivo à língua materna.

Nós nos acostumamos a ouvir e identificar os sons da nossa língua materna. Por isso temos dificuldades de escutar idiomas que utilizem uma frequência mais alta ou mais baixa. Também por esse motivo temos dificuldade de repetir fisiológicamente sons que não temos em português.

O som de /eu/ na palavra lieu (lugar, em francês) não representa nenhum som conhecido na língua portuguesa. Após algum treino um lusófono (falante da língua portuguesa) pode aprender a repetir esse som, mas isso não acontece naturalmente se esse indivíduo não tiver treinado pra isso.

Então, com a experiência de quem aprendeu 3 línguas estrangeiras de 3 maneiras totalmente distintas, eu posso afirmar que o importante é a prática constante. Existem métodos mais fáceis e eficazes que outros, mas tudo depende do quanto você pode investir nesse aprendizado e de quanto tempo é possível consacrar pra isso.

Talvez o único dom que você precise realmente ter pra aprender outro idioma seja o dom da perseverança.

Leia também nosso artigo: Todo mundo tem sotaque
https://francespapagaio.com.br/sotaque-idioma/

Foto do topo: Free-Photos – Pixabay

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Claudia Bastos

Sou Claudia, apaixonada por idiomas. Falo francês, espanhol, inglês. Ser poliglota me ajudou em vários aspectos da vida privada e profissional. Eu gostaria de te ajudar a aprender a falar francês! 

Citações

« Grâce aux langues, on est chez soi n’importe où » – Edmund de Waal

 “Graças às línguas, podemos nos sentir em casa em qualquer lugar”

(Tradução livre : Francês Papagaio)

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